Cê conhece a verdadeira Arnica-Mineira?

®Stephanie Rezende
®Stephanie Rezende

Leia abaixo algumas informações interessantes, curiosas e importantes sobre ela:

 

  • É um subarbusto da Família Asteraceae (Bercht. & J. Presl), Gênero Lychnophora M., Espécie Lychnophora pinaster M.;
  • Seu nome - Lychnophora vem de “planta que carrega lâmpadas"  em alusão á semelhança dos seus ramos a um candelabro; e pinaster devido à semelhança das suas folhas com as do Pinus;
  • É também conhecida, popularmente, como Candeia, Candeião e Canela-de-ema;
  • Sua inflorescência é um capítulo de flores hermafroditas e tubulosas com cores variadas – lilás, púrpura e branca;
  • Apresenta um pappus (cálice especial) paleáceo, bisseriado com a série externa curta e persistente e a interna longa e caduca; fruto tipo aquênio;
  • Possui folhas rígidas aciculares dispostas, espiraladamente, ao redor de um caule circular de maneira a minimizar a evapotranspiração;
  • Lychnophora pinaster é muito próxima de Lychnophora ericoides e, a separação entre elas é difícil e pode ser problemática. Ambas são bastante polimórficas em porte, diâmetro dos ramos, forma, comprimento e largura das folhas. Alguns autores a consideram a mesma espécie e outros como espécies diferentes;
  • Aproximadamente, 20 espécies de visitantes florais a procuram. No entanto, a polinização efetiva se dá por dois tipos de abelhas: Bombus morio e Xylocopa frontallis;
  • A floração da planta pode acontecer em 2 períodos ao longo do ano, entre setembro e novembro – mais extensa; e outra em Julho – mais curta e com poucos botões florais. Desta forma, o padrão de floração é sazonal e tudo indica que ele mostra uma estratégia para lidar com imprevisibilidades climáticas como ausência de chuvas, distribuindo as sementes ao longo de um maior período do ano;
  • Muito se sabe a respeito dos benefícios da Arnica-Mineira. No entanto, é preciso ter cuidado na utilização correta da mesma, seja na forma farmacêutica, seja da espécie a ser utilizada. Cuidado com a utilização equivocada de uma planta com nome popular semelhante. As substâncias presentes em algumas espécies podem causar danos à saúde.
  • Dispersão dos diásporos por meio de barocoria. Devido à altura em que as inflorescências se encontram dispostas no indivíduo e a constituição seca dos seus frutos, dificilmente ocorre à remoção por animais;
  • A planta é restrita a algumas localidades de Minas Gerais (endêmica em MG) e vive em ambientes acima de 900 metros de altitude, principalmente aqueles ambientes xéricos, como Campos Rupestres, campos Sujos e Campos Limpos de Altitudes de regiões de Cerrado do Alto do Rio Grande;
  • É amplamente utilizada pela medicina tradicional, indústrias cosméticas e farmacêuticas, devido a características de suas folhas e flores aromáticas. Pode ser usada na forma de extrato alcoólico ou pomadas, potencializando as suas propriedades anestésicas, antiinflamatórias e cicatrizantes. Isto motivou a sua extração predatória, resultando a colocação da mesma na Lista das plantas consideradas vulnerável a extinção no Estado de Minas Gerais (COPAM, 2009). Este fato reforça a necessidade de um maior número de estudo acerca da sua ecologia, genética, e outros que venham subsidiar novas técnicas para a sua conservação;
Fotos por: L. Freitas/ Projetos e Stephanie Rezende
Fotos por: L. Freitas/ Projetos e Stephanie Rezende

No quadro acima, há comparações entre várias espécies de arnicas encontradas em Minas Gerais e em outros lugares do mundo. É importante ressaltar que para usar uma espécie dessas em fitoterapias, é necessário o conhecimento sobre a taxonomia destas, pois o uso incorreto de uma espécie de arnica pode causar efeitos colaterais, devido ao uso errôneo. Fiquem atentos quando forem utilizar uma planta, a aparência às vezes engana.