Arnica e seu poder anti-inflamatório.

A espécie Lychnophora pinaster M., que possui o nome popular de arnica, pode ser encontrada na área de canga. As cangas são camadas rochosas que se formam nos topos das montanhas, onde o teor de ferro no solo é grande. As plantas que crescem nesse bioma estão expostas a situações extremas como longo período de seca, queimadas e alta exposição à luz UV. Essas condições influenciam na evolução dessas plantas, favorecendo mecanismos biológicos importantes para sua resistência. Esse processo também influencia no metabolismo das plantas fazendo com que essas passem a produzir alguns compostos de importância medicinal para o homem.

A Arnica é uma planta considerada de importância medicinal, já que possui propriedade anti-inflamatória. Um processo inflamatório é uma forma de resposta do nosso organismo a uma infecção ou dano tecidual.  Esta resposta é importante e benéfica já que é através dela que conseguimos destruir bactérias, vírus e outros patógenos que nos infectam.  

Por outro lado, a inflamação também provoca diretamente destruição tecidual que, por vezes é tão intensa, que leva a perda da função dos tecidos e órgãos.

Muitos estudos vêm sendo realizados pesquisando quais são os compostos antiinflamatórios encontrados na arnica.  Estes estudos revelaram a presença de flavonóides, triterpenos, quercetinas, esteróides, lupeol e alcalóides em sua composição química.  Estes compostos diminuem a atividade das células inflamatórias diminuindo os sintomas da inflamação:  dor, elevação local da temperatura, vermelhão e inchaço local.  Muitos tratamentos são feitos pela aplicação de géis ou extratos de arnica sobre a área inflamada com resultados visíveis até 24 horas após a aplicação.

Além desta atividade anti-inflamatória, vários destes compostos tem também outras atividades.  A quercetina, por exemplo, tem também propriedades anticarcinogênica, antiviral, inibe o desenvolvimento de catarata em diabéticos e atividade antialérgica, anti-histamínica.

Texto de: Ana Luiza Savino, Ana Paula Chaves, Camila Becker, David Millan e Julia Ribeiro

Orientadora: Professora Doutora Symone Fulgêncio